"Você pode até ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequêcias de ignorar a realidade" (Ayn Rand)
Vivemos em uma época com excesso de informação e condução de negócios, por meio de interação entre vários consumidores e/ou usuários conectados, aos diversos tipos de plataformas. Não há mais os limites geográficos.
Daí a importância de uma comunicação eficiente, com rápida absorção de seu conteúdo entre seus interlocutores, e suporte em vários idiomas.
Portanto, escrever bem não é escrever “difícil” com o uso de jargões rebuscados, e sim, de maneira simples, assertiva, de modo a manter uma conexão com seu público, mediante auxilio de técnicas e recursos visuais.
Isto já é uma realidade nas escolas de ensino fundamental e médio, por meio de “mapas” mentais, como ferramenta auxiliar disponível aos alunos para assimilarem os conteúdos de livros didáticos, com maior precisão.
Em áreas de conhecimento tradicionais como a do Direito, as conhecidas citações em latim e vernáculos requintados utilizados no bojo de peças judiciais e contratos, devem dar lugar a uma comunicação mais clara, objetiva, e, portanto, mais eficiente.
Para tanto, é imprescindível o auxilio e inspiração de métodos disruptivos como o Legal Design [1] e Design Thinking [2], como portfolios para uma maior eficiência da comunicação escrita, entenda-se mais conectada/personalizada, cujo foco é a experiência do cliente.
Transpondo estas metodologias para a área do Direito, o Visual Law, utiliza dos recursos visuais para tornar a comunicação jurídica, notoriamente densa e complexa, mais acessível e fácil de ser absorvida para o seu público final.
Os meios visuais são das mais variadas espécies, podendo ser destacados os infográficos, organograma (útil para análise de participações societárias nas empresas), fluxograma, vídeos escondidos em Código QR impressos, story boards, bullet points, dentre outros.
As benesses desta nova metodologia não se resumem apenas as “ferramentas” de trabalho do profissional do Direito, como também, para a sua própria informação comercial, capaz de lhe agregar valor e destaque no segmento de sua atuação, em decorrência da sua maior presença digital e engajamento.
Contudo, hodiernamente esse novo conceito de comunicação jurídica somente é explorado em toda plenitude nos certames sob a égide da Lei da Arbitragem, mormente na fase de alegações finais e produção de provas, e, muitas vezes, tolhida e marginalizada nas contendas judiciais.
Não temos o intuito de fazer qualquer apologia a uma anarquia e divórcio quanto às técnicas e regras gramaticais inerentes a uma boa redação jurídica, tão somente a defesa do aperfeiçoamento da comunicação escrita, para lhe tornar mais palpável, de modo a propiciar um melhor “consumo” do Direito a seu público final, ora diversificado e exigente, imersos em uma tecnologia e conexão sem precedentes.
Uma nova era da comunicação se apresenta: universal, acessível (descomplicada e intuitiva) e democrática, menos prolixa e mais próxima, menos vaidosa e mais acolhedora quanto aos anseios e demandas do mercado, tendo o intuito de melhorar a vida das pessoas, de forma conexa a realidade, e não em um passado ou tradição, perdido no tempo.
Notas:
[1] Legal Design é a aplicação dos conceitos de design centrado em pessoas para tornar os serviços jurídicos mais humanos, utilizáveis e satisfatórios. Conforme define Margareth Hagan, professora da Universidade de Stanford e autora do livro Law by Design.
[2] “Design Thinking é o conjunto de ideias e insights para abordar problemas, relacionados a futuras aquisições de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções”. CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Design_thinking. Capturado em 10/03/2021.
*Foto: Free-Photos por Pixabay (Imagem ilustrativa).
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