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Criadores de conhecimento

Atualizado: 28 de jan. de 2022



A educação deveria olhar para as tendências e não apenas para a atualidade. Não pode ser relegada a um mero enlatado conteudista


O mundo sofreu mudanças profundas e rápidas nas últimas décadas, para não dizer nos últimos anos.


Vejam as redes sociais e os meios de comunicação modernos, como os aplicativos de mensagens e chamadas de vozes para smartphones, instantâneos, aproximando os usuários em razão da facilidade e rapidez do serviço.


Neste contexto tecnológico e disruptivo a moeda estatal ganhou a concorrência de ativos digitais representados pelas criptomoedas.


Mas, e a educação?


O ato de pensar sempre foi o diferencial dos seres humanos. Contudo, hodiernamente, muitas vezes, parece ser algo obsoleto.


Muitos dos adultos de hoje são apenas consumidores de ideias e não criadores de conhecimento.


A educação deveria olhar para as tendências do mundo contemporâneo e não apenas para a atualidade. Não pode ser relegada a um mero enlatado conteudista.


O conhecimento aplicado e a tecnologia são as premissas do desenvolvimento e do progresso científico, cultural e econômico de um país.


Não bastar ter a informação, é preciso saber o que fazer com ela. Os criadores de conhecimento são capazes de criar, transformar, combinar e aplicar o conhecimento para produzir riquezas que provenham não somente de atividades intensivas em capital ou trabalho braçal, mas também de natureza intelectual.


Matérias ou tópicos disciplinares relacionados a finanças pessoais, estratégias de negociação, mercado de capitais, robótica, criptomoedas, oratória, empreendedorismo e línguas estrangeiras, são de suma importância como meio de integração social e profissional dos pequenos à vida adulta.


Investir em educação é investir em qualidade de vida. Problemas contemporâneos como o analfabetismo funcional e a capacidade ociosa representada pela má gestão do fluxo de produção e falta de capacitação profissional dos colaboradores nas empresas e indústrias são máculas responsáveis por grande parcela do desemprego e miséria de nosso país.


A causa determinante para a riqueza e a prosperidade econômica de um país é o que ele produz, e não a massa de moeda que circula. Assim sendo, a expansão da capacidade produtiva nos países deve ser contínua, de modo a aumentar a oferta de produtos com menores preços.


A economia é dinâmica. Os mercados de trabalho estão saturados em todos os seus segmentos, e com forte mutação. A tecnologia e o conhecimento aplicado são uma realidade, um pré-requisito para a empregabilidade e autonomia financeira e profissional.


Este novo paradigma deve ser fomentado desde o ensino fundamental e médio, enquanto etapas preparatórias à formação profissional.


Como bem observado pelo empresário Thiago Nigro [1], “no Brasil, as maiores faculdades têm cursos que não estão alinhados com as tendências de mercado. Muitas instituições preparam os alunos para o hoje, mas sem preocupação com o amanhã. A educação deveria olhar para as tendências e não apenas para a atualidade. O aluno já se forma desatualizado”.


Em tempos de crise, a tecnologia e a inovação foram sempre um despertar para a sociedade civil moderna, como forma de questionar os usos e costumes vigentes.


As denominadas “edtechs” [2] vieram para transformar o status educacional, na missão de formar os alunos para a realidade e as tendências de mercado, imersos em um ecossistema de inovação, riquezas e engajamento profissional, como meio de mobilidade social e prosperidade econômica.


Como dissemos, o conhecimento aplicado gera prosperidade. O prestígio deve focar na originalidade dos criadores de conhecimento e não dos consumidores de ideias.


Não somos maquinas utilizáveis. Cada indivíduo é uma personalidade produtiva e protagonista do progresso material que atendam aos anseios e necessidades comuns da nova economia.


Transcrevo uma lição formidável de Albert Einstein [3] como fonte de inspiração e novos horizontes:


“Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à comunidade”.

Não há mais espaço para arrogância e egoísmo intelectual. O conhecimento não pode ficar parado: deve ser aplicado e compartilhado, de modo a gerar valor as outras pessoas, renovando-se o seu ciclo. Estas reflexões essenciais, comunicadas à jovem geração são sementes para serem colhidos os frutos: cidadãos críticos, conscientes, proativos, livres, participativos e protagonistas da própria história e para o futuro próspero de um país.



Notas:


[1] MAIA, Rodrigo. “Educação e tecnologia: por que grandes empresários querem investir nas 'edtechs’” Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/06/28/educacao-e-tecnologia-porque-grandes-empresarios-querem-investir-nas-edtechs?utm_source=social&utm_medium=linkedin-link&utm_campaign=business--cnn-business&utm_content=link. Capturado em 03/07/2021.


[2] “A tecnologia educacional (TE) é a incorporação de tecnologias da informação e comunicação (TIC) na educação para apoiar os processos de ensino e aprendizagem em diferentes contextos de educação formal e não formal. Entende-se por tecnologia o resultado da fusão entre ciência e técnica. O conceito de tecnologia educacional pode ser enunciado como o conjunto de procedimentos (técnicas) que visam "facilitar" os processos de ensino e aprendizagem usando a ciência”. CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_educacional. Capturado em: 03/07/2021.


[3] EINSTEIN, ALBERT. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 1981. P. 29.



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