Em um mundo corporativo, digital e global, a empresa familiar contemporânea não deve ser norteada por impulsos e laços sentimentais
A ética pode ser entendida como um conjunto de normas e valores que determina a conduta das pessoas e que visa à consecução de objetivos úteis aos interesses dos indivÃduos e das sociedades.
Nas famÃlias, escolas, organizações não governamentais, governos, enfim, deparamos com essa norma de conduta, imprescindÃvel à harmonia e sobrevivência dos seres em todos os âmbitos da vida social.
Por sua vez, no âmbito corporativo não é diferente. A ética deve ser um componente intrÃnseco no relacionamento entre o sócio (dono) e aqueles que dirigem a empresa (administrador/gestor) com o intuito de aperfeiçoar o desempenho da empresa e facilitar o acesso ao capital e maximizar o retorno do capital de risco.
Neste sentido, em uma perspectiva macro, a governança corporativa é primordial ao sistema de gestão de empresas, porquanto tem o objetivo de sanar conflitos entre membros da organização, alinhar interesses, de forma ética, buscando a maximização de riquezas, melhor direcionamento de decisões, por meio de seus mecanismos de fiscalização e administração.
Não raramente, a famÃlia empresária é pautada por emoções e passionalidades, oriundos dos laços de parentesco e vÃnculos, de modo prejudicial à condução dos negócios.
É necessário encontrar um imunizante, capaz de minimizar um possÃvel processo destrutivo, seja da organização, ou da própria genealogia.
Destaca-se, sob este contexto, como vacina contra essa irracionalidade o Protocolo Familiar Empresarial.
Esse instrumento definirá a conduta dos familiares em relação aos negócios, fundamental para a preservação do patrimônio e administração de conflitos, além de ser uma ferramenta para integrar os empresários e seus herdeiros à estrutura de governança corporativa de suas empresas.
O seu embrião é na maioria das vezes, capitaneado pela geração seguinte e não pelo fundador, inspirada em modernos conceitos de gestão, governança e compliance, como meio de garantir a perenidade dos negócios, sem descuidar da história e valores familiares presentes no seu legado.
Em um mundo corporativo, digital e global, a empresa familiar contemporânea não deve ser norteada por impulsos e laços sentimentais. Uma empresa governada preocupa-se, principalmente, com que suas decisões sejam eficazes, com a identificação de maior quantidade de novas estratégias, e vinculem, ainda, a remuneração ao desempenho de riqueza.